sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dá para resolver problemas judiciais de forma rápida - Conflitos entre sócios, fornecedores, consumidores e empresas podem ser resolvidos em poucas semanas e sem apelar para tribunais públicos. Conheça as câmaras arbitrais

Em meados de 2006, o sonho do motociclista João — nome fictício, usado para preservar sua identidade — durou apenas um mês. Sem causa aparente, sua moto zero km pegou fogo dentro da garagem. Como não tinha seguro, procurou a concessionária Japauto, em São Paulo, onde havia comprado o veículo, para achar uma solução. Parecia que ia ter início um calvário jurídico. Um processo contra a marca ou a revendedora poderia durar anos, sem garantia de resolução favorável. Além disso, os custos, entre taxas, honorários e peritos, significariam gastos superiores ao valor do equipamento. A rede, por sua vez, queria resolver a situação sem ser arrastada a um procedimento longo e desgastante.
A solução partiu da própria Japauto: usar os serviços de uma Câmara de Arbitragem e Mediação. Em 31 dias, contados do início do trâmite, João recebeu sua moto inteiramente consertada e uma indenização de R$ 640 por danos morais. “O consumidor ficou satisfeito e continuou nosso cliente. Não havia como definir quem tinha responsabilidade sobre o acidente. Mas queríamos resolver a situação da melhor maneira para todos”, afirma Elisângela Oliveira, responsável pelo Departamento Jurídico da rede de concessionárias.
Não há nenhuma mágica judicial no caso do cliente da Japauto. As Câmaras de Arbitragem, Mediação e Conciliação são entidades particulares, que oferecem um tipo de justiça alternativa aos tribunais públicos. As decisões têm amparo legal. De acordo com a Lei Federal 9307, de 1996, que instituiu o serviço, a sentença arbitral vale como um título executivo, ou seja, tem os mesmos efeitos de uma deliberação do Poder Judiciário. “O processo nas instituições privadas é mais rápido, as resoluções têm de sair no prazo máximo de seis meses. Além disso, quem julga é um especialista na área, diferentemente dos tribunais comuns, onde o magistrado pode não ter conhecimento prévio do assunto”, explica o coordenador da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE), Valério de Souza Figueiredo.
Para aproveitar as vantagens do sistema, no entanto, é necessário que as partes estejam em consenso. Se um dos envolvidos não aceitar, a solução privada não poderá ser adotada. Segundo a superintendente jurídica do Conselho Arbitral do Estado de São Paulo (Caesp), Silvia Cristina Salatino, as empresas devem prever a arbitragem como cláusula nos contratos comerciais. “É a melhor forma de mostrar que os lados estão de acordo”, afirma. A sentença arbitral é definitiva e não cabe recurso. Ou seja, quem perdeu a briga terá de se conformar com a decisão.
As características da Justiça privada têm conquistado adeptos entre vários setores empresariais, como as franquias. A rede de escolas de idiomas Fisk, por exemplo, usa serviços de mediação e arbitragem há nove anos. De acordo com Christian Ambros, diretor da Fundação Fisk, todos os mais de mil contratos da marca incluem cláusula de arbitragem. O diretor da Fisk conta um caso em que um franqueado descumpriu cláusulas do contrato e quis contestar o documento. A arbitragem decidiu pelo descredenciamento do associado, que, apesar da decisão desfavorável, entendeu e aceitou os argumentos. “O processo durou três meses. Tivemos um caso parecido na Justiça comum que levou quatro anos para ser resolvido”, compara Ambros.
 
Compare as características das câmaras de arbitragem e dos tribunais do judiciário
Câmara de Arbitragem
O árbitro, um especialista na área, é escolhido por consenso entre as partes. Pode ser engenheiro, médico, administrador ou qualquer profissional que tenha feito curso de arbitragem e esteja cadastrado em uma das mais de 80 câmaras espalhadas pelo país
A remuneração das câmaras varia de acordo com tabelas próprias. Em geral, situa-se entre 2% e 6% do valor da ação. Em casos de causas com valores muito baixos, algumas entidades cobram um preço fixo. Não há necessidade de advogados, mas a parte pode decidir levar um especialista em legislação, se preferir
As audiências são informais. As próprias partes apresentam seus argumentos e documentação
Nas ações, apenas as partes e o árbitro conhecem as informações, salvo se os dois lados decidirem divulgar os resultados
Um procedimento arbitral tem prazo máximo, definido por lei, de 180 dias. As partes, no entanto, podem de comum acordo estender esse período para até dois anos. Após proferida a sentença, não cabe recurso
As câmaras arbitrais podem julgar apenas causas que envolvem questões patrimoniais ou trabalhistas. Por isso, litígios, como guarda dos filhos, ou assuntos criminais, não podem ser avaliados no âmbito das entidades privadas
Tribunais do Judiciário
O juiz é um profissional de carreira, formado em direito. Em um julgamento, o magistrado é escolhido por sorteio
Na Justiça comum, os gastos variam conforme o tempo de trâmite do processo. As taxas têm valor relativamente baixo em relação à arbitragem. Os honorários dos advogados, no entanto, podem se situar de 10% a 20% do valor da causa
Em um julgamento, advogados apresentam a causa ou a defesa. Eventuais testemunhas podem ser convocadas para depor
Processos públicos se tornam disponíveis à consulta. Há exceções, quando o juiz determina segredo de Justiça
A possibilidade de entrar com recursos nas instâncias superiores pode estender um processo por mais de dez anos
Causas de direito civil, criminal e relativas a impostos são de alçada exclusiva dos tribunais públicos
                                        Fonte:   PEGN /  Por Sérgio Tahuata

terça-feira, 25 de maio de 2010

A língua do google - A tradução quase instantânea de textos para 52 línguas é apenas o primeiro passo rumo a um comunicador universal em que o idioma deixa de ser barreira e passa a ser o portal do grande encontro das culturas

As diferenças de idioma são um divisor da humanidade. Há dois caminhos para contornar essa barreira. Num deles, busca-se um retorno à linguagem única que, segundo a Bíblia, existia antes da Torre de Babel. Ao longo da história, algumas línguas de fato procuraram desempenhar esse papel. Por exemplo, o latim, na Antiguidade, ou o inglês, nos dias de hoje. Línguas artificiais como o esperanto, criado no século XIX pelo polonês L.L. Zamenhof, também se candidataram a realizar essa tarefa. O outro caminho é o da tradução universal. Em princípio, seria coisa de ficção científica. O mais insólito modelo de tradutor universal aparece no livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, dos anos 70: um peixinho é introduzido no ouvido do protagonista e verte frases alienígenas para o inglês. Na série Jornada nas Estrelas, a tecnologia entra em cena e um dispositivo permite a conversa não somente entre "terráqueos", mas entre habitantes de diferentes planetas. Pois bem: como acontece com frequência, a ficção científica não estava lidando com o impossível, mas apenas antecipando o futuro. A tecnologia já está avançada na criação de um tradutor universal. O sistema mais eficiente opera nos computadores do Google, o gigante da internet. Hoje, ele permite a tradução instantânea de textos escritos em 52 idiomas. Para o leitor, é como colocar-se diante de uma biblioteca infinita e descobrir que todas as publicações estão em português. Estima-se que em dez anos já sejam 250 as línguas contempladas. E, nesse ponto, a inclusão de aplicativos de tradução simultânea em computadores e telefones celulares permitirá que bilhões de pessoas se entendam – sem jamais ter de abandonar a própria língua.

Por trás do Google Tradutor está o conhecimento acumulado em inteligência artificial (I.A.), ramo da computação que se dedica ao desenvolvimento de modelos e programas que produzem nas máquinas um comportamento "inteligente". Nascida nos anos 40, a área produziu experimentos famosos como o robô Eliza, software que simulava diálogos reais na década de 60, e o supercomputador Deep Blue, da IBM, que em 1997 derrotou o campeão russo Garry Kasparov em uma partida de xadrez. O "cérebro" da máquina podia analisar cerca de 200.milhões de jogadas por segundo na busca do xeque-mate. O primeiro estágio da tradução universal – a de textos – já atingiu na internet um nível que linguistas e especialistas em inteligência artificial classificam como avançado. Isso quer dizer que, embora os erros de tradução da ferramenta sejam perceptíveis, os textos que ela apresenta permitem a compreensão do assunto de que eles tratam.

O funcionamento do tradutor do Google remete à Pedra de Roseta, o bloco de granito de 1,20 metro de altura que foi encontrado pelo exército de Napoleão, no século XVIII, e serviu de chave para a decifração dos hieróglifos egípcios. A Pedra traz inscrições de um mesmo texto na antiga língua do Egito e em grego. No século XIX, coube aos estudiosos Thomas Young e Jean-François Champollion relacionar os termos dos dois idiomas para desvendar a língua dos faraós. De forma análoga, os computadores do Google trabalham com pares de textos em línguas diferentes e calculam a probabilidade de palavras de uma delas corresponderem a termos da outra (confira o funcionamento). Com base nesses cálculos, o sistema é capaz de, em menos de um segundo, montar textos em 52 línguas, cada vez que um usuário o requisita.

O tradutor do Google está à frente dos rivais. Em pesquisas patrocinadas pelo governo americano, ele supera com frequência ferramentas de outras empresas e universidades. "Ele também é reconhecido como o melhor entre os sistemas comerciais", diz David Yarowsky, professor de ciência da computação da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Isso significa sobrepujar os rivais Bing Translator, da Microsoft, e Babel Fish, do Yahoo!. "Hoje, a potência da ferramenta está relacionada ao tamanho de seu banco de dados. E também ao uso de supercomputadores, com sua imensa capacidade de processar informações", explica Helena Caseli, pesquisadora do Laboratório de Linguística Computacional da Universidade Federal de São Carlos. Se são esses os fatores determinantes, é certo que o tradutor vai evoluir. O aumento na capacidade de processar informações dos supercomputadores é garantido pela Lei de Moore – que postula que a capacidade dos chips dobra a cada 24 meses. O banco de dados do Google também cresce continuamente. Ele começou a ser formado em 2006, com textos oficiais da ONU vertidos para seis idiomas. Em seguida, a empresa recorreu a documentos bilíngues de arquivos públicos. Finalmente, mergulhou na internet. Hoje, seus próprios usuários ajudam a ampliar o banco de dados sugerindo traduções alternativas àquelas que lhes são apresentadas. "Há, no entanto, certo limite para essa abordagem", diz Miles Osborne, pesquisador da Universidade de Edimburgo, na Escócia, que trabalhou no projeto do Google. É por isso que vem sendo estudada a inclusão de regras gramaticais no programa: além dos algoritmos, ele usaria essas regras para compor textos mais fluentes. Hoje, as traduções invariavelmente contêm tropeços de gramática. Assim mesmo, quem se detém em uma página estrangeira, esteja ela escrita em mandarim, africânder, vietnamita, japonês ou hindi, já sabe ao menos sobre o que se fala ali. "Há cinco anos, isso era impossível. Daqui a cinco anos, teremos mais fluência", afirma David Yarowsky.

À medida que os tradutores avançarem, seus impactos deverão se espalhar pelas mais variadas áreas. No campo acadêmico, por exemplo, o avanço será dramático. "Em algumas áreas, como ciência e tecnologia, as versões automáticas poderão ser até melhores do que as feitas por humanos, pois, para nós, é muito difícil guardar detalhes de temas específicos", diz Yarowsky. Considere-se que atualmente, nos campos de ciências, tecnologia, finanças e administração, 90% do conteúdo de alta qualidade está em inglês, e a importância dos tradutores automáticos para milhões de estudantes e profissionais ao redor do mundo se torna clara. Yarowsky também aponta frutos na economia: "Será mais fácil vender produtos e serviços ao exterior, com a eliminação de custos com tradução de manuais técnicos, material promocional e e-mails". Atualmente, turistas já se beneficiam da tecnologia na hora de escolher destinos de viagem sem levar em conta a língua local, uma vez que ferramentas como a do Google estão disponíveis em celulares. Há outros dispositivos portáteis que fazem a conversão voz-texto ou texto-voz. Soldados americanos enviados ao Afeganistão já testaram tal aparelho, que dispara mensagens sonoras escolhidas pelos militares na língua local. "É a chance de pessoas de todas as partes do mundo saberem o que as demais pensam. Assim, suas diferenças podem ser minimizadas", diz Yarowsky. "Eu não sei o que um garoto de Bagdá pensa sobre os Estados Unidos, mas gostaria de saber." O Google já colocou seu arsenal também à disposição de outras ferramentas. Além de verter páginas da web, seu know-how na área traduz documentos apresentados por usuários, chats de texto via Google Talk e até converte legendas de vídeos no YouTube. Para conectar línguas e mentes via celular, precisará agregar ao sistema o reconhecimento de voz, desenvolvido por várias empresas ao redor do mundo. "A tradução voz a voz é incrível, e nós adoraríamos realizá-la", reconhece Nate Tyler, relações-públicas do Google internacional. É mais do que isso. E, embora a empresa tente despistar, o mercado espera dela a ferramenta para a próxima década.(Laílson Santos)

Laura Guzman
A americana de 20 anos está há quatro meses em São Paulo, onde realiza um intercâmbio universitário. Ela recorre ao tradutor automático para dirimir dúvidas na hora de escrever e ler artigos extensos em português

"Eu me sinto segura para usar o idioma, mas vez ou outra as dúvidas aparecem"

A linguagem cotidiana já começa a ser desbravada pelos tradutores automáticos. A frase "Cê vai lá né?", por exemplo, recebe uma tradução bastante adequada no Google Tradutor: "You going there right?". A própria empresa reconhece, contudo, que sua máquina tem um limite claro: a literatura, sobretudo aquela que subverte a gramática e abusa da ironia, fazendo com que uma mesma palavra possa ter vários significados. "Se você tentar traduzir poesia pelo sistema, vai receber um novo tipo de poesia", brincou, durante uma apresentação, o pai da ferramenta do Google, o alemão Franz Josef Och. Mas isso não é demérito nenhum. Há uma infinidade de estudos literários que falam da "impossibilidade da tradução" – ou que, ao menos, lembram o velho adágio "Traduttore, traditore" ("Tradutor, traidor"). "Não existe efetivamente tradução perfeita entre línguas. Cada uma delas tem estrutura e recursos idiomáticos próprios, intraduzíveis. Você pode convertê-los em termos semânticos, mas não analíticos", diz Jacó Guinzburg, tradutor de francês, inglês, alemão, iídiche e hebraico. "Mas é claro que existem alguns trabalhos excelentes. É o caso da versão de As Minas do Rei Salomão feita por Eça de Queiroz: em inglês, é uma obra de segunda, mas se tornou primorosa em português."

Com o avanço dos sistemas de tradução de línguas por computador, a exigência de aprender um idioma estrangeiro poderá ser abalada. Estudo da empresa de RH Catho Online mostra que o salário médio do brasileiro que domina o inglês e o espanhol é em média 125% superior ao de trabalhadores que não falam esses idiomas. Mas, se a tecnologia evoluir como se espera, a questão terá de ser revista: valerá a pena investir mais de 50 000 reais, custo de um curso completo de inglês de primeiro nível, se em tese for possível contar com as máquinas? "Quando têm a oportunidade de escolha, as pessoas preferem se expressar no idioma materno", diz o linguista britânico David Crystal, estudioso das relações entre língua e internet. "A eficiência dos sistemas de tradução poderá provocar certo desinteresse pelo aprendizado de idiomas estrangeiros." Mas seria um erro abandonar de vez o hábito de aprender línguas. O italiano Luciano Floridi, filósofo da informação, lembra que conhecer um idioma é uma experiência insubstituível, um mergulho em outra cultura. "Há palavras intraduzíveis: se você quer falar sobre saudade, tem de usar o português", exemplifica. Isso, contudo, não demove o filósofo da posição de entusiasta da tradução digital, que para ele ocorrerá em um regime de perdas e ganhos. "Imagine que eu nunca tenha ido ao Brasil e certo dia vá a um restaurante típico em Londres: a receita é brasileira, mas a linguiça é inglesa. Ou seja, não é o mesmo que ir ao Brasil, mas é melhor do que nada." (Bruno Magalhaes/Nitro)

Felipe Carvalho Zulato
Navegar pelas redes sociais é tarefa do relações-públicas de 23 anos, que vive em Belo Horizonte. Antes de descobrir o tradutor, conferir as páginas de sites japoneses era frustrante

"As traduções ainda pecam na concordância, mas ao menos me permitem avançar no trabalho"

Se tivessem surgido mais cedo, como ansiava o homem desde o princípio, as ferramentas de tradução automática bem poderiam ter sido de grande ajuda em momentos cruciais da história. Durante a Batalha de Cajamarca pela conquista do Peru, em 1532, coube a um jovem nativo chamado Felipillo mediar o encontro entre os espanhóis, comandados por Francisco Pizarro, e os incas. Por má-fé ou não do tradutor, o rei Atahualpa foi levado a entender que os espanhóis queriam lhe impingir a condição de vassalo do rei espanhol. A negociação foi um fracasso e precipitou a guerra, ocaso inca. Quatro séculos depois, outro entrevero. Em 26 de julho de 1945, as forças aliadas apresentaram a Declaração de Potsdam, um ultimato que dava a Tóquio duas alternativas: rendição incondicional ou destruição total. Dois dias depois, o primeiro-ministro Suzuki Kantaro disse aos jornais de seu país que a declaração não tinha "nenhum valor", acrescentando à frase seguinte o termo mokusatsu – que pode assumir os significados distintos de "ignorar" ou "silêncio". O jornal The New York Times estampou em sua primeira página: "Japão rejeita ultimato aliado de rendição". Tradutores afirmariam mais tarde que melhor seria dizer que os japoneses "silenciaram". As bombas atômicas caíram sobre Hiroshima e Nagasaki sete e dez dias depois, respectivamente. Há dúvidas sobre o efeito que outras traduções poderiam exercer nos dois episódios. Mas o fantasma da diferença linguística perpassa a história. Agora, com os tradutores automáticos, o homem tem a chance de derrubar, com a ajuda da tecnologia, a barreira que Deus, segundo a tradição bíblica, ergueu com a Torre de Babel. (Ana Rojas)

(. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .)

Fonte: Veja / Jadyr Pavão Júnior

quinta-feira, 20 de maio de 2010

As lições que empresários de sucesso não tiveram - Empreendedores que deram certo no Brasil contam quais ensinamentos gostariam de ter recebido quando fundaram suas empresas


Bill Gates era um aplicado geniozinho de Harvard quando, em companhia do colega Paul Allen, fundou a Microsoft. A empresa tornou-se uma gigante global e Gates, um dos homens mais ricos do mundo.

Richard Branson era um garoto disléxico com um pobre histórico escolar. Ele já tinha tentado a sorte no mundo dos negócios – ao se lançar, sem sucesso, às vendas de árvores de Natal e de periquitos – quando fundou a Virgin Records. A companhia diversificou-se para áreas tão diversas quanto a aviação comercial e a hotelaria e se tornou, assim, uma gigante global. Branson virou um dos homens mais ricos do mundo.

Históricos tão díspares quanto os de Bill Gates e Richard Branson, ambos bem-sucedidos, mostram que não há fórmula pronta para que um empreendedor prospere - ou, ao contrário, desponte para o esquecimento. A ausência de uma cartilha lógica, no entanto, não significa que as lições não podem ser assimiladas por pequenos empreendedores. O iG ouviu dez empresários que se tornaram casos de sucesso no Brasil para saber deles que lições gostariam de ter tido quando fundaram suas empresas.

Alguns dos empreendedores mais veteranos relatam que, em seus primeiros momentos como novos empresários, acabaram confiando mais na intuição do que em conhecimento formal – até porque o momento da economia, e da educação, era outro no Brasil. Para alguns deles, lições adicionais no banco escolar teriam sido bem-vindas, mesmo que suas empresas tenham se saído muito bem.

“As decisões eram tomadas de forma intuitiva”, conta Walter Mueller, fundador da sexagenária fabricante de eletrodomésticos Mueller. “Eu tinha uma ferraria e certo dia vi uma máquina de lavar roupas em uma revista alemã. Graças ao sucesso da Pioneira, essa primeira máquina, meus filhos e netos puderam ter a educação que não tive”. A mesma linha de raciocínio é seguida por João Jacob Vontobel, fundador da Vonpar, empresa que fatura cerca de R$ 2 bilhões por ano e, entre outras frentes, atua como franqueada da Coca-Cola e distribuidora da Femsa no Sul do País. “Aprendi, empiricamente, com os erros e acertos”, diz ele.

Bill Gates: empreendedor que se tornou um dos maiores bilionários do mundo

A rotina de tentativas e erros dos que relatam que aprenderam muita coisa na prática mostrou outra faceta do mundo dos negócios para esses empreendedores: é preciso juntar armas para que a empresa vingue. Em outras palavras: concentrar o foco apenas em um lado do negócio é suicídio.

“A realidade mostra que o sucesso empresarial junta obstinação, disciplina, boa equipe e decisões inteligentes”, diz Camilo Cola, fundado da Itapemirim, uma das maiores empresas de transporte de passageiros do País (Cola cumpre atualmente mandato como deputado federal – PMDB-ES – e a empresa tem sido tocada pelo filho, que tem o nome do pai). “Acredito que a grande lição que eu poderia ter recebido há quase 30 anos é que a gestão do negócio é tão importante quanto o empreendedorismo, a criatividade e a tecnologia”, afirma Walter Torre, fundador da construtora WTorre. “Hoje percebo que esses quatro pontos caminhando juntos são o segredo das conquistas da empresa”.

Feeling

Muitos dos depoimentos tratam da importância do ensino formal e dos anos a mais de escola e faculdade que esses empresários gostariam de ter tido. Alguns desses empreendedores de sucesso relatam, contudo, que gostariam de ter aprendido também a ter o que, de maneira genérica, acaba por ser chamado de “feeling” para lidar com as pessoas e saber selecionar talentos.

“Gostaria de ter tido a experiência de escolher pessoas e de montar equipes, como a que temos hoje, mais cedo”, diz Marcos Molina que deixou o açougue do pai para criar a hoje multinacional Marfrig, do setor de carnes. “A melhor lição (seria) a de delegar funções”. O bom relacionamento com pessoas também é a lição que Paulo Bellini, fundador da fabricante de ônibus Marcopolo, gostaria de ter tido. “Com o tempo e a experiência, aprendi que tudo ‘acontece’ entre pessoas”, afirma.

Antes de dar certo no mundo dos negócios com a Virgin, o excêntrico empreendedor Richard Branson tentou a sorte vendendo periquitos e árvores de Natal

Muitos empreendedores confessam que gostariam de ter tido mais estudo. Não quer dizer que não possam sempre melhorar nesse quesito. "Aprendi no dia a dia e estou aprendendo até hoje”, afirma Ogari Pacheco, fundador e presidente da Cristália, um dos grandes laboratórios farmacêuticos de capital nacional.

Instrução sempre é bem-vinda e não tem limite de idade ou experiência nos negócios, seja qual for o empreendimento. Sobre isso o escritor francês Victor Hugo escreveu já no século XIX: "o homem culto sabe que ele é ignorante".


Fonte:  IG / Patrick Cruz

terça-feira, 18 de maio de 2010

45 dicas para viver mais e melhor - Convidamos especialistas de diversas áreas da medicina a ensinar pequenos truques para quem busca a longevidade

"Faça isso, não faça aquilo", "Coma isso, não coma aquilo." Não há quem suporte uma rotina com tantas preocupações e proibições. Mas, diariamente, somos alarmados por esse tipo de afirmação, não somente por médicos, mas também de familiares e amigos. Será que vale mesmo a pena seguir a risca todas as recomendações que nos são dadas ou cada um de nós tem uma medida certa para cada tipo de ação? Quais atitudes são realmente importantes para uma pessoa viver mais e melhor? Nós consultamos 45 especialistas de diversas áreas para esclarecer alguns mitos e saber o que pode trazer longevidade.

MENTE E CORPO
     
1 - "Como qualquer máquina ou músculo, o cérebro precisa de cuidados para funcionar corretamente. E algumas mudanças na rotina podem ajudar a estimulá-lo: use o relógio de pulso no braço direito, ande pela casa de trás para frente, olhe fotos de cabeça para baixo, veja as horas num espelho, faça um novo caminho para ir ao trabalho, decore uma palavra nova por dia."
Carlos Maurício Prado, especialista em Ginástica Cerebral

2 - "Conheça o seu corpo; ele nos avisa com sinais as necessidades importantes, como comer (fome) e dormir (sono). No caso da dor, por exemplo, é um aviso para buscar a sua causa real, portanto nunca ignore a dor ou a suprima com drogas sem procurar a raiz."
Jason Gilbert, quiropraxista do Instituto Internacional de Quiropraxia

3 - "Dedicar alguns minutos da manhã à mente é uma fórmula eficaz para conseguir mais disposição. Ao acordar, tente relaxar, meditar e mentalizar com muita calma o que você vai fazer durante o dia, assim, evita o cansaço mental e físico."
Bokkulla Ramachandra Reddy, especialista em Ayurveda

4 - "Quando estiver doente, procure pensar em outras coisas e se envolva em atividades diferentes. Faça cursos, exercícios e esteja sempre estimulando o cérebro com algo novo. Dessa forma, nos preocupamos menos e sofremos menos."
Manoel Jacobsen, chefe do grupo de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP)

5 - "Pratique exercícios moderados diariamente. Com certeza você ficará mais animado e bem-disposto, além de condicionar o corpo e fortalecer as defesas do organismo."
Eduardo Gomes de Azevedo, geriatra e autor do livro Tudo novo em seu corpo: atividade física.

6 - "Dormir é essencial para restaurar a atividade cerebral. O recomendado para adultos é de seis a oito horas por dia, do sono que chamamos de reparador."
Sérgio Tufik, diretor do Instituto do Sono de São Paulo

PELE, CABELO, UNHAS

7 - "Se você já tentou de tudo para ter cabelos fortes e brilhantes e de nada adiantou, a solução pode estar no seu prato. Invista na couve, no tomate e na cenoura, que possuem vitaminas A e E. As suas unhas também ficarão lindas."
Adriana Vilarinho, membro da Academia Brasileira de Dermatologia (SBD)

8 - "Proteja a pele da exposição solar. Não podemos ficar sem proteção durante todo o dia, independente de ter sol ou não. Por isso, é essencial usar filtro solar adequado a seu tipo de pele, óculos de sol com proteção adequada, bonés e roupas que barrem os raios solares."
Luciana Conrado, dermatologista e conselheira da Sociedade Brasileira de Dermatologia - regional São Paulo (SBD-SP)

9 - "A melhor maneira de tratar o câncer de pele é ficar atento aos sinais para que o diagnóstico seja feito no início da doença. Para isso, examinar a pele e as pintas com frequência é fundamental para detectar alterações, assim como visitar o dermatologista de uma a duas vezes por ano."
Sumaya Neves, membro da SBD

10 - "Se você não gosta do cheiro do protetor solar, peça a sua dermatologista uma fórmula preparada especialmente para você, unindo o seu hidratante diário e a proteção contra os raios ultravioleta."
Denise Steiner, coordenadora do departamento de Cosmiatria da SBD

11 - "Dê preferência aos alimentos antioxidantes, como os oligoelementos (ferro, zinco, cobre, magnésio, selênio etc.), que combatem os radicais livres, o envelhecimento precoce e o desequilíbrio de nutrientes que acarretam diversas doenças em nosso organismo."
Ana Carolina Moron Gigliardi, nutricionista da Universidade de São Paulo (USP)

OSSOS E DENTES

12 - "A melhor posição para dormir é o chamado decúbito lateral, em que a pessoa fica deitada de lado, com os joelhos semiflexionados, mantendo a coxa plana, na mesma altura do quadril."
Eduardo Cadidé, fisioterapeuta pós-graduado em Tráumato-ortopedia

13 - "O travesseiro certo para descansar é aquele nem muito alto, nem muito baixo. Lembre-se de que o pescoço precisa ficar a 90º, sem estar inclinado para cima ou para baixo."
Luiz Pimenta, presidente da Sociedade Mundial da Coluna

14 - "A partir dos 40 anos, as mulheres devem fazer o exame de densitometria óssea, para verificar se não apresentam risco de osteoporose. Faça a primeira vez e repita no ano seguinte para comparar as perdas. Se estiver normal, só é necessário repetir após os 65 anos."
Charlles Heldan, professor doutor visitante da disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

15 - "Cuidar de seus dentes ajuda a prevenir tanto doenças bucais como gastrointestinais e respiratórias. Para isso, basta escová-los bem após as refeições, assim como a língua, e utilizar fio dental."
Oscar Razuk, professor de Estética e Tratamentos Rápidos da Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo na Área de Saúde (Fapes)

16 - "É muito importante realizar um autoexame bucal para verificar se existem feridas, aftas, herpes ou indicativos de doenças na boca, como o câncer. Visitar o dentista a cada seis meses também ajuda a manter a saúde bucal."
Maristela Maia Lobo, doutoranda em Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

HOMENS E MULHERES

17 - "O momento ideal para fazer a detecção do câncer de próstata é quando o homem não apresenta sintomas. A partir dos 45 anos de idade, é muito importante que ele faça exames clínicos periodicamente, incluindo o de toque, combinado ao exame de PSA no sangue"
Bernardo Xavier, urologista do Instituto Biocor (MG)

18 - "As mulheres devem fazer uma mamografia anual a partir dos 35 anos. Esse é o único exame capaz de detectar o câncer de mama, o mais comum entre elas"
Nilka Fernandes Donadio, ginecologista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

19 - "Sexo seguro. Isso significa utilizar a camisinha, a fim de evitar doenças sexualmente transmissíveis, como a aids. Para as mulheres, vale o uso do anticoncepcional, para impedir uma gravidez indesejada."
Cláudio Basbaum, ginecologista-obstetra

CRIANÇAS

20 - "Cuide dos seus filhos com muito amor e carinho. Crianças com vínculos afetivos fortes com os pais costumam ter a autoestima e autoconfiança maiores".
Moises Chencinski, pediatra

21 - "Acompanhamento médico durante a gestação é essencial. A primeira consulta deve ser feita assim que a mulher suspeitar que está grávida e repetida uma vez ao mês até o sétimo mês. No oitavo, as consultas devem ser quinzenais e, no nono, semanais."
Roberto Cardoso, obstetra da Unifesp

22 - "Amamente seu filho pelo menos até os seis meses de vida. Além de ser o único alimento que o bebê está realmente apto a digerir, o leite materno o ajuda a ter um desenvolvimento correto do ponto de vista nutricional e imunológico, contribuindo para que a criança tenha dentes saudáveis."
Adriana Mazzoni, odontopediatra

VIAS AÉREAS

23 - "A automedicação é um perigo: para prevenir gripes e resfriados, as pessoas tomam remédios por conta própria quando não há necessidade. Basta se alimentar corretamente, ter boas noites de sono e manter a saúde em dia para evitar resfriados fortes."
Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emilio Ribas

24 - "Não fume. O cigarro é o principal causador das doenças das vias áreas superiores, da bronquite crônica, do enfisema pulmonar e do câncer de pulmão. Se a pessoa não consegue parar sozinha, precisa de ajuda e pode frequentar programas em que psicólogos, médicos e assistentes sociais a auxiliam a largar o vício."
Gustavo F. Prado, pneumologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp)

25 - "O ar que respiramos, principalmente em grandes cidades, pode ser, sim, prejudicial à saúde. Por isso, boas medidas seriam incentivar o plantio de árvores nas ruas, manter os veículos regulados e a álcool ou biodiesel e usar transporte coletivo, por exemplo."
Jaqueline Scholz Issa, diretora do Núcleo Antitabagismo do Instituto do Coração (Incor-HC/FMUSP)

26 - "Para evitar alergias, limpe bem a casa e mantenha-a arejada. Evite carpetes, cortinas, bichos de pelúcia e tudo que possa acumular poeira e ácaros, e, acima de tudo, não durma com animais de estimação."
João Ferreira de Mello Júnior, chefe do Grupo de A lergia e Otorrinolaringologia do HC/FMUSP

27 - "É preciso ficar atento à apneia noturna, uma parada respiratória que pode chegar a 10 segundos e interrompe o sono. Geralmente, a pessoa passa o dia inteiro sonolenta e não sabe o motivo. Deve-se investigar"
Geraldo Nunes Vieira Rizzo, neurologista

SISTEMA EXCRETOR

28 - "Consuma pouco sal e evite problemas renais e pressão alta. A maioria dos alimentos contém sódio em sua composição, então, não tempere a comida com excesso desse mineral e prefira as ervas aromáticas e especiarias. Entidades internacionais recomendam apenas de 6 a 8 g de sal por dia."
Paulo Olzon Monteiro da Silva, especialista em Infectologia e Nefrologia, chefe da disciplina de Clínica Médica da Unifesp

29 - "Muitas pessoas têm o hábito de tomar vitamina C por conta própria para evitar gripes e resfriados, porém, para quem tem predisposição a pedras nos rins, esse hábito pode ser um verdadeiro veneno. Isso porque a alta concentração dessa vitamina pode fazer com que um sal chamado oxalato de cálcio forme um cálculo renal."
Antônio Carlos do Nascimento, endocrinologista membro da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

30 - "Os rins filtram mais sangue quando se bebe bastante água, eliminando mais resíduos tóxicos do organismo, como ureia e ácido úrico. Um adulto saudável deveria ingerir cerca de um litro e meio de água por dia, principalmente no verão. Crianças e idosos devem dar atenção especial a essa recomendação."
Carmen Tzanno, nefrologista e coordenadora do Comitê de Nutrição da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)

ORELHAS

31 - "Muitas pessoas têm problemas de audição e nem desconfiam. Acabam falando mais alto para compensar a própria perda auditiva. Então, sempre que sentir coceira na orelha, dor, secreção ou diminuição da audição procure fazer o exame auditivo"
Isabela Gomes, fonoaudióloga do Centro Auditivo Telex, no Rio de Janeiro

32 - "Nunca use cotonete, ou outro objeto pontiagudo, para limpar a orelha. Uma das causas mais comuns de otite externa é o traumatismo provocado pela limpeza excessiva. Prefira apenas secá-la com uma toalha limpa"
Renato Roithmann, professor de Otorrinolaringologia da Universidade Luterana do Brasil, e Sady Selaimen, da UFRS

CORAÇÃO

33 - "Evite o estresse e mantenha sua saúde cardiovascular em dia. Para isso, faça exercícios físicos, não guarde rancor ou ódio, alimente sua autoestima, tenha experiências diferentes ao que está acostumado na sua rotina e durma um sono reparador, ou seja, suficiente para descansar e recuperar as energias."
Marcelo Regazzini, cardiologista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp)

34 - "Fazer exames para medir a quantidade de colesterol (HDL e LDL) no sangue, além de triglicérides, é recomendável a todos os pacientes, independente da faixa etária ou sexo. Nunca é muito cedo para começar a controlar a alimentação."
Antônio Carlos do Nascimento, endocrinologista membro da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

35 - "Peça a seu médico que solicite um hemograma completo para medir a quantidade de glicose no sangue e avaliar se não há alterações que possam levar ao diabetes ou até hipoglicemia, duas doenças que comprometem a qualidade de vida."
Eliano Pellini, endocrinologista do HC/FMUSP

ALIMENTAÇÃO

36 - "Uma alimentação correta pode evitar o aparecimento de diversas doenças. Para isso faça várias refeições ao dia, coma em intervalos regulares, mastigue devagar, consuma doces com moderação, evite gorduras em excesso, principalmente as de origem animal, e ingira uma quantidade adequada de líquidos e fibras."
André Siqueira Matheus, gastroenterologista e pesquisador da USP

37 - "Coma o que tiver vontade. Se quiser brigadeiro, pode ser que precise aumentar a captação de serotonina, o neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. Se o desejo é comer batatas fritas, pode ser baixa concentração de zinco e triptofano no organismo, que desencadeia um desequilíbrio de insulina e desperta o apetite por carboidratos."
Fernanda Machado Soares, nutricionista membro da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN)

38 - "Procure fazer do momento da refeição exclusivo, ou seja, evite se alimentar enquanto exerce outra atividade, por exemplo, na frente da televisão ou do computador. Esta atitude é essencial para quem quer ter saúde e não sofrer problemas gástricos."
José Carlos Pareja, professor doutor da Unicamp

39 - "As pessoas costumam tomar antiácidos, como sal de fruta, toda vez que sentem azia ou má digestão. Tudo bem fazer isso de vez em quando, mas o problema é que essa automedicação pode mascarar doenças graves. Se o mal-estar estomacal for frequente, é melhor procurar um médico."
Karine Leão, coordenadora do grupo de Dor do HC/FMUSP

40 - "As mulheres devem evitar ao máximo o álcool, extremamente nocivo a elas que têm menor resistência às doenças do fígado. Por exemplo, aquelas na faixa entre 40 e 50 anos são as que apresentam maior risco de cálculo biliar, as pedras na vesícula."
Eduardo Saad, cardiologista do Instituto Nacional de Cardiologia (INC)

41 - "Consuma entre 20 e 25 g de fibras por dia, encontradas em verduras, frutas, legumes e cereais integrais. Tal hábito ajuda a manter o sistema digestório em bom funcionamento e ainda evitar o câncer de intestino."
Antonio Herbert Lancha Junior, nutricionista do Laboratório de Nutrição e Metabolismo da USP

HORMÔNIOS

42 - "Todas as mulheres com mais de 50 anos deveriam fazer exame para detecção de hipo ou hipertiroidismo, por meio da determinação do hormônio produzido por essa glândula, o T4 livre, e do estimulador da tireoide, o TSH ."
Yolanda Schrank, endocrinologista da DASA, Lâmina Medicina Diagnóstica

43 - "Muitas mulheres ainda reclamam que a pílula anticoncepcional faz engordar, porém hoje existem fórmulas com uma dose muito baixa de hormônio, que não causam o inchaço e o ganho de peso. Converse com seu ginecologista."
Alfonso Massaguer, ginecologista do Hospital São Rafael

44 - "É preciso ficar atento ao diabetes insipidus, doença que pode passar anos sem ser descoberta em adultos. Os sintomas são similares ao do diabetes mellitus, como sede e urinas frequentes e intensas, mas os níveis de glicose no sangue não são alterados."
Hugo Abensur, coordenador do Programa de Diálise Peritoneal do HC/FMUSP

45 - "Pacientes diabéticos não podem abusar de doces, mas também não precisam se privar se tiverem vontade. Se a pessoa mantiver um peso saudável, pode consumir, por exemplo, chocolates com moderação, desde que respeite a quantidade de carboidratos que devem ser ingeridos por refeição."
Reginaldo Albuquerque, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Diabetes*


Fonte:  Viva Saúde/Carol Nogueira



sexta-feira, 7 de maio de 2010

Quer ser promovido? Seja um resolvedor de problemas!


Acompanhar a carreira de executivos ao longo dos anos e ver as progressões feitas de acordo as escolhas tomadas pelos mesmos é muito interessante. Existem várias maneiras de crescer na carreira e tornar-se bem sucedido, mas a evidência tem me mostrado que crescem mais os que optam por caçar e resolver problemas. Incansavelmente!

Todos nós temos problemas para resolver na rotina diária de trabalho, mas tendem a ser mais bem-sucedidos aqueles que resolvem os seus problemas e ainda ajudam na solução de problemas que vão além do escopo previamente definido para seu posto de trabalho.
Por exemplo, mudar o plano de saúde dos funcionários é sempre uma questão polêmica e que para muitos empregados pode ser um problema. Se você é um profissional de RH encarregado desta tarefa, pode também elaborar uma série de workshops explicando aos funcionários o que levou a empresa a mudar de plano de saúde, mostrar um quadro explicativo com todas as novas vantagens e mostrar-se aberto para perguntas ao vivo durante as apresentações. Esqueça priorizar as respostas por meio de um endedereço de email; isto poderá ser considerado um meio de comunicação muito frio para um assunto tão importante como este.

Para você que tem uma equipe sob sua gestão, outro exemplo é ficar próximo de um outro time cujo gestor está de férias. Com sua experiência, você poderá suportar estes profissionais em problemas diários como a priorização de ações e até minimizar maiores riscos, uma vez que as correções poderão ser tomadas no início do problema.

Você pode se perguntar se vale à pena o esforço extra, se alguém está vendo sua performance diferenciada e se ao final do dia existe a certeza de que haverá uma recompensa.  A resposta é: não há garantias!! Mas é uma aposta a ser feita. Acreditem: na maioria das vezes este investimento tem um bom retorno!

Na pior das hipóteses, se você tiver uma performance extra, trabalhar duro e quando chegar sua vez, não rolar o reconhecimento, tenha certeza que o mercado fará isto. Não há empresa séria que desperdice a oportunidade de contratatar  um profissional que é reconhecido por muitos como um talento, mas às vezes deixa de ser valorizado por poucos.

No final das contas, esqueça crescimento profissional e promoção sem ter que ralar muito. Como dizia Aristóteles: "Somos o que repetidamente fazemos. A excelência não é um feito, mas um hábito." Portanto, trate de arregaçar as mangas e mãos-à-obra;  HOJE!!


Fonte: Você S/A - Por Marcelo Cuellar

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Duas faces da mesma moeda

Chega um momento na carreira de um executivo em que o seu horizonte desejado de atuação pode não ser mais o mesmo da empresa em que ele atua. Se a companhia ainda não possui um plano sucessório que irá suportar a compatibilização destas duas ambições, está na hora de iniciar a preparação. Tão importante é este tema para executivos e companhias que investir em um plano de sucessão está entre as cinco principais prioridades das empresas para os próximos três anos, segundo constatou estudo recente conduzido pela Korn Ferry, o CEO Vision Revisited.

Neste cenário algumas das habilidades mais desejadas nos executivos que irão reger este processo - criatividade e inovação - refletem também a preocupação com a complexidade dos desafios dos negócios tanto atualmente como para um futuro próximo. Os profissionais e as empresas precisam se preocupar com seu desenvolvimento, pois, segundo o mesmo estudo, de cada cinco líderes ouvidos, um considera que há carência de maturidade/experiência em suas equipes. Prepará-los é, portanto, fundamental.

Mas antes de preparar um executivo, é preciso encontrá-lo. E onde estão os talentos/sucessores? Os líderes precisam ter um envolvimento pessoal no planejamento da sucessão para que ela ocorra apropriadamente. Isto significa abrir espaço para preparar profissionais que estejam na mesma organização ou para investigar no mercado. Este movimento que, em geral, acontece de cima pra baixo - liderado por executivos decisores - precisa acontecer também de baixo para cima - envolvendo também os talentos mais novos, que acabam de chegar à companhia.

Se todos os líderes tiverem a preocupação de olhar, entender, identificar onde estão os bons profissionais, como melhor prepará-los, e investir num trabalho consistente e regular, as opções irão "borbulhar". E a escolha poderá ser muito mais rica. Abarcando inclusive novas opções para compor o comitê executivo.

O planejamento no treinamento e preparo do profissional deve acontecer com todo o cuidado, pois dificilmente um talento está totalmente pronto, perfeito em todas as dimensões. O executivo, em geral, precisa ganhar novos ingredientes, desenvolver habilidades e novas competências. Seja atuando em uma nova área, seja proporcionando uma vivência internacional. Esta fase é imprescindível para o momento de assumir novas responsabilidades e posições.

A condução de um plano sucessório também não pode ser vista como um risco para a própria posição. Quando o executivo toma conta do seu próprio plano de sucessão ele estará ao mesmo tempo garantindo a mudança que muitas vezes já se faz necessária. Afinal, ele mesmo normalmente já possui uma idéia (ou planos e desejos) do que irá fazer quando for sucedido. A sucessão deve ser parte natural da ordem das empresas. Isso acontece porque todo profissional tem um ciclo, que pode variar em duração dependendo do executivo, cargo, indústria, cultura da empresa e conjuntura. E chega um momento em que se precisa preparar para o próximo.

O mesmo estudo da Korn Ferry comprova esta visão, pois os executivos parecem sempre vislumbrar o passo seguinte da sua carreira ou da sua vida. Enquanto 27% querem migrar sua atuação para um Conselho Administrativo, outros 26% possuem expectativa de continuar em posições executivas e mudar de setor - Educação e ONGs, principalmente. Os elementos motivadores nestes casos foram, nesta ordem, a busca de novos desafios e a possibilidade de devolverem à sociedade um pouco do que receberam e conquistaram. A evolução nestes números é representativa, no mesmo estudo realizado em 2003 apenas 10% manifestaram a vontade de fazer algo diferente de suas atribuições do momento.

Podemos assim perceber que sucessores e sucedidos se tornam faces da mesma moeda que gira e move as corporações e as vidas dos executivos. O preparo antecipado, imprescindível para encarar uma nova realidade com mais segurança, reflete apenas um anseio que atinge qualquer executivo. E todas as corporações.


Fonte: Administradores.com.br - Por Jairo Okret